Introdução: Em fevereiro de 2016, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) publicou uma matéria em seu site, referindo-se à cidade de Juazeiro do Norte como “o maior comércio varejista do interior do Estado”. Este fato despertou-se o interesse em analisar o setor varejista, em especial o setor de calçados, pois o mesmo possui característica interessantes como diversidade de empreendimentos, empresários e produtos localização no centro da cidade. Desta forma, realizou-se um estudo sobre a implantação de softwares administrativos para esse público, com o intuito de verificar se os mesmos satisfazem às necessidades das empresas. Para que a análise fosse possível de ser realizada, fez-se necessário conhecer o perfil dessas empresas, a fim de saber a perspectiva do ramo com base em necessidades e expectativas das lojas. Objetivo: Verificar a viabilidade do desenvolvimento de sistemas administrativos voltados ao setor varejista de calçados em Juazeiro do Norte. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa de campo com dados coletados em vinte e duas lojas do centro comercial de Juazeiro do Norte. As empresas foram escolhidas independentemente do porte (pequena, média ou grande), porém com as seguintes restrições: as lojas pesquisadas obrigatoriamente foram apenas do ramo calçadista, e estavam localizadas no centro comercial, mais especificamente, às ruas São Pedro, São Paulo e adjacências. O estudo foi realizado com o auxílio de um questionário, o qual continha perguntas referentes ao tempo de mercado, à informatização da empresa entrevistada, satisfação do software no âmbito operacional, assim como a pretensão de investimento na área. As análises dos dados foram realizadas em sua maioria através de cruzamentos de informações do questionário aplicado, colocando os mesmo em porcentagem de forma a entender o mercado até então não estudado. Conclusão: Diante dos resultados obtidos, notou-se que ainda há uma tendência por parte das empresas calçadistas do setor varejista de Juazeiro do Norte em manter os modelos vigentes, mesmo com o risco destes se tornarem obsoletos, quer usem sistema ou não. Em caso positivo, pode-se atribuir essa tendência ao nível de satisfação, uma vez que não há porque trocar uma ferramenta que já cumpre devidamente o seu papel. Notou-se que uma empresa já está estabelecida no mercado há doze anos operou durante quase metade desse tempo sem o auxílio de qualquer software. Mais de 60% dos empresários entrevistados estão satisfeitos com os sistemas que usam. Além disso, foi constatado que também há uma parcela com alta satisfação da ferramenta utilizada, com mais de 20% das respostas classificando o sistema como ótimo. Por outro lado, a chance de se encontrar um cliente em potencial é pequena, uma vez que não há interesse na aquisição de um novo produto. 75% dos entrevistados não são a favor da migração, o que, juntamente com a escala de satisfação, pode representar uma alta confiabilidade nos sistemas já em uso. A maioria das empresas optaram pelo aprimoramento, ou seja, a instalação de novos módulos e funcionalidades para seus softwares. Quanto ao investimento, cerca de 58% das empresas entrevistadas ainda não informatizadas admitiram não estar dispostas a investir em um sistema. Além disso, há uma discrepância entre quanto o possível cliente está disposto a investir e o valor que deveria ser realmente praticado. Nota-se que a maioria desconhece os benefícios do uso de um sistema ou prefere manter o atual modelo de gerenciamento. Grande parte dos estabelecimentos que não possuíam sistemas administrativos eram lojas de pequeno porte. O principal desafio, nesse caso, reside no ceticismo, parte de uma barreira cultural, que deve regredir na medida em que a competitividade aumentar.