IX Encontro de Iniciação Científica & VIII Encontro de Extensão

Eleições Para Além do Voto: As Ciências a Serviço da Cidadania

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2016

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NEGRA: Herança histórica e possíveis questionamentos

Cláudia Furtado Brito Salvador1

Analice Mure Moreira Sampaio2

Karen Jhessey Cruz Santos3

Priscila Ribeiro Jeronimo Diniz4

Introdução: Hoje é muito comum se ouvir falar sobre gênero e são raros aqueles que nunca ouviram falar algo sobre esta temática e mesmo que não tenha um conhecimento aprofundado ou até nem simpatize com a causa, reconhecem que à mulher sempre sofreu ao longo da história com um desnível social que talvez seja à base para que hoje haja essa luta por direitos. Nos deparamos com o pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu, 2002, que nos ajudou a ver esta dominação de forma mais clara e aparente, onde ele exemplifica para nós o quanto a nossa tradição deixa em nós a sensação de que a forma como vivemos e os papéis que desempenhamos na sociedade são inquestionáveis e por isto nos dão a sensação de que é a forma correta de se viver é o que ele chama de enganosa familiaridade. Vamos discutir as formas de violência e de dominação masculina que perduram por anos e até séculos de existência. O tema do artigo é amplo, muito embora se resuma em apenas uma personagem: A mulher negra, no entanto, tentamos esgotar o máximo de contextualizações possíveis e que estejam em consonância com o que acreditamos: A mulher negra é vítima, e a sociedade precisa saber desta realidade. Objetivo: Temos como objetivo levantar a discussão entre os acadêmicos para que conscientes da temática possam ser agentes transformadores da sociedade. Quando tratamos da mulher negra em específico, vimos que esta mulher merece um olhar diferenciado porque, não bastasse o arquétipo de mulher, há também o de negra, escrava por herança, mulata dançarina de samba, e muitas vezes ligando-a a prostituição. Quando se trata de minorias e de forma mais próxima ainda: A mulher negra chega a ser gritante a necessidade de ajustes, de correções que precisam ser feitos a médio - longo prazo. Metodologia: Percebemos isto no nosso levantamento bibliográfico. As relações de poder (Brasil) que imperam em nossa estrutura social são inegáveis dada à nossa colonização. Os portugueses dominaram sobre o Brasil, assim como os homens dominaram sobre as mulheres. Percebemos que embora sejam escassos os autores que tratam do tema se torna nítido que não cabe mais a tristeza velada, as surras sofridas e as mais diferentes formas de torturas pelas quais a mulher eram obrigadas a passar. É dentro deste contexto que através do estudo bibliográfico levantamos esta nova perspectiva de análise. Como fruto desta desigualdade social e de raça, a mulher negra sofre mais violência que a mulher branca e dados apontam para esta realidade a cada ano: Segundo o Mapa da Violência (2015) na década 2003-2013 houve aumento de 54,2% no total de assassinatos dessas mulheres, indo de 1.864 para 2.875 casos numa década. Conclusão: Constata-se também que violência de forma velada acaba por destruir a imagem que a mulher tem de si mesma, perdendo assim, a noção do seu valor como “ser feminino” de forma que ela se identifique como tal, e tome parte no seu processo de desenvolvimento pessoal. Portanto, hoje, concluímos que se a mulher teve esta herança como fruto de um passado histórico; surge nos dias atuais a certeza de que desigualdade social não nos é obrigatoriamente imposta como lei natural, haja vista que hoje somos parte deste processo de construção e que embora dados recentes indiquem que estas mulheres ainda são vítimas, só nos levam a crer que o caminho embora longo, não é definitivo.

Palavras-Chave: Mulheres, Negras, Violência

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  3. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  4. Orientador, Mestrado (Concluído), UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB