Introdução: No contexto atual, o planejamento urbano é essencial para a vitalidade urbana. Um dos aspectos que apresentam alto nível de complexidade, todavia, pouco analisado dentro do planejamento urbanístico são os efeitos sociais da morfologia arquitetônica. O conceito de morfologia arquitetônica visa estudar os componentes formadores da arquitetura de determinada cidade, visto que estes influenciam diretamente na dinâmica urbana por estar ligado ao conceito de vitalidade urbana, que é definida pela qualidade de vida da população ocasionada pelo meio urbano. As grandes cidades estão buscando gradativamente mecanismos residenciais que promovam maior conforto, praticidade e segurança aos seus residentes, entretanto, estes resultam em afastar parte da população das ruas prejudicando a dinâmica urbana. Tem-se deixado de perceber que à medida que as cidades se expandem, menos pessoas circulam ou se estabelecem nas ruas. Grande parte cidades estão se transformando em complexos desolados, onde os moradores tendem a deixar as ruas por causa da insegurança e falta de atrativos, condicionando os habitantes a terem menos experiências socioeconômicas, o que é essencial para a vitalidade urbana. Um dos problemas que tem acometido a cidade de Juazeiro no Norte é a presença de edificações promovidas, em sua maioria, por construtoras que visam o mercado imobiliário, trabalhando apenas com casas padrões por gerarem lucro imediato em um curto espaço de tempo: os chamados conjuntos residenciais. Tais conjuntos têm crescido nessa região sem o menor estudo de impacto social morfológico. Estes não apresentam qualquer planejamento urbano, pois por um interesse mais rentável padronizam todas as casas, gerando monotonia no espaço. Além de, usualmente, restringirem essas edificações ao uso exclusivamente residencial. Objetivo: O objetivo desse artigo é mostrar como a morfologia arquitetônica atua na qualidade de vida da população na apropriação do espaço público, com foco não apenas negativo, mas também positivo. Especificamente, busca analisar, questionar e comparar através de uma abordagem empírica e expositiva a permeabilidade das edificações em zonas residenciais, o seu fechamento, bem como o seu uso e atividade. Metodologia: Esse estudo será realizado com base em uma pesquisa de campo na cidade de Juazeiro do Norte, na qual serão escolhidas quadras em conjuntos residenciais, que serão avaliadas em dois turnos, por cerca de uma hora cada, durante três dias da semana. Observando e registrando os dados obtidos pelas variáveis estudadas, para que, então, sejam analisados o número e a frequência com que as pessoas circulam nesses espaços públicos ou desenham alguma atividade. Com os dados obtidos serão gerados mapas, diagramas e tabelas, a fim de colaborar na compreensão da pesquisa. Conclusão: Os resultados que a pesquisa pretende obter dentro dos parâmetros estipulados é que tanto a permeabilidade física quanto as conexões visuais das edificações, influenciem diretamente na quantidade de pessoas que percorrem nessas ruas bem como as que permanecem. Outro resultado que esse estudo planeja obter é mostrar que em conjuntos residenciais analisados nessa região, que restringem as edificações ao uso exclusivamente residencial, tendem a apresentar baixa vitalidade urbana e pouca presença de moradores, seja circulando ou praticando alguma atividade na rua. Assim sendo, esse artigo tem como proposição contribuir com teorias que poderão ser aplicadas no planejamento urbano, visando uma melhor integração das massas construídas com a rua e possibilitando maior qualidade de vida para a população.