Introdução: Construir um edifício sagrado não almeja simplesmente reunir pessoas, ele “é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles.” (Ap 21, 3b). O edifício sagrado é imagem da igreja, o corpo místico de Cristo, onde cristãos se congregam para celebrar os mistérios de sua redenção, realizada por Ele na cruz. Local ao qual antecipam de forma mistagógica e com verdadeira esperança a glória que celebrarão no céu. Lugar do encontro entre céu e terra, humano e divino, finito e infinito, criador e criatura. Seguindo esses preceitos, projetá-lo e construí-lo requer bom conhecimento, por parte do profissional, a respeito da liturgia da igreja e ofícios que ali serão desempenhados, permitindo, assim, uma participação ativa e frutuosa dos fieis como pede o Concílio Vaticano II, exercendo seus serviços de maneira honesta, com qualidade, profissionalismo e dedicação, a fim de dar um bem-estar para os devotos. Para construção de uma igreja não basta unicamente uma formação profissional, é preciso vivência de fé e sabedoria da liturgia, por esta ser o meio pelo qual os cristãos manifestam sua gratidão a Deus e pelo qual Ele vem a seu encontro. Em outras palavras, o profissional habilitado pelo CREA não poderá se limitar a apenas erguer paredes para que uma comunidade tenha onde se reunir. Objetivo: Mostrar que o edifício-igreja fala, comunica algo que o transcende e, por esse motivo, existe a necessidade de uma atenção especial na elaboração de seus projetos, mostrando ser indispensável à construção de uma igreja católica a presença de um profissional habilitado tecnicamente e, ao mesmo tempo, com sensibilidade suficiente, a fim de manter os valores simbólicos e espirituais da igreja católica ativos, não os ofuscando, devido a falhas de projetos ou durante o processo construtivo. Metodologia: Por meio de pesquisas bibliográficas, documentais e abordagem qualitativa serão caracterizados os principais pontos da história e desenvolvimento das construções religiosas, tendo como enfoque a liturgia da igreja católica, que é o elemento fundamental na análise construtiva desse edifício, sincronizando, posteriormente, os preceitos teológicos e atribuições dos Arquitetos e Engenheiros Civis, em busca de dar-lhes o sentido real das construções dessas igrejas, partindo do pressuposto que a comunidade de fé, a partir de seu ingresso no recinto sagrado, deve ser ajudada, através desse ambiente, a interiorizar o que lá é celebrado. Conclusão: A ereção de uma igreja é uma luz em meio a tanta perturbação, como uma semente de esperança, que plantada no coração do homem, fá-lo crer na existência de um lugar melhor. Sua construção surge da necessidade dos fiéis de reunirem-se para celebrar àquele que dá um novo sentido à sua vida, sendo ela via de encontro com aquele que a transcende. Ela não pode ser erigida por qualquer pessoa, apenas por profissionais habilitados, a fim de evitar problemas construtivos e simbólicos. Eles não têm compromisso apenas com os contratantes de seu serviço, mas com toda a comunidade dos fieis, pois é ele o responsável por facilitar a comunicação entre Deus e seu povo através do edifício sagrado. Portanto, aquele que for responsável por essa construção, tenha em consideração tudo que verdadeiramente compõe e significa este espaço; atente para a vida de fé da comunidade que aí vai se encontrar; às normas litúrgicas, para que não se façam adaptações a bel-prazer, sem fundamento, esquecendo que está a serviço de algo maior, que o supera.