Introdução: Este artigo é resultado da pesquisa intitulada - Assedio Sexual nos transportes públicos: As diversas faces de uma realidade perversa- a qual buscou identificar a constância dessas situações na esfera dos transportes coletivos devido a crescente ocorrência de casos desse tipo e a relatividade com que as questões como essas são tratadas, bem como a mudança de perspectiva da culpa, que muitas vezes é tida como da própria vítima. Objetivo: Buscamos identificar historicamente a construção da concepção social acerca do papel da mulher na sociedade, baseado fundamentalmente em uma corrente sexista consubstanciado à questão da objetificação da mulher. A falta de denúncia e a razão pela qual as mulheres temem fazê-lo também é objetivo de estudo nessa pesquisa. Utilizamos para tal o ‘Mapa da Violência 2015’ do Instituto Avante Brasil. Utilizando como fontes bibliográficas: (Beauvoir, 1949), (Foucault, 1976) e (Bourdieu, 1998) Metodologia: Como metodologia utilizamos estudo de campo, identificando as vítimas de assedio sexual e as suas características nesse meio, onde realizamos uma abordagem quantitativa, feita com mulheres que utilizam os transportes públicos, na qual por meio de pergunta objetiva, as entrevistadas respondiam com sim ou não se já haviam sido vítimas de assédio sexual dentro de transportes públicos. (Tivemos como espaço amostral vinte e quatro fichas, tendo mais da metade das entrevistadas respondido positivamente à pergunta constante no questionário, no total, treze mulheres afirmaram já ter sofrido algum tipo de abuso sexual em transporte coletivo). Conclusão: Com esses dados procuramos entender as diversas formas de assedio, o impacto causado às vítimas, como isso as afeta emocionalmente e a dificuldade em retomar a rotina após o acontecido, usando como base o fato verídico - o ‘Caso Amanda’ amplamente divulgado nas redes sociais em 2015. Após análises e estudos, percebe-se a necessidade de realizar ações para combater essa prática, tais como a criação de vagões especiais, exclusivos para as mulheres, os chamados ‘vagões rosa’, além da aplicação da lei que garante à mulher a possibilidade de sair do ônibus fora do ponto após as 22:00 horas, a instalação de câmeras de segurança dentro dos coletivos é indispensável para que se possa reconhecer e punir os indivíduo que cometem os abuso, sem ignorar também as políticas públicas para criação de campanhas e programas de conscientização que visem mudar o imaginário social quanto a questão da mulher na sociedade, atentando para a necessidade de ressaltar a igualdade de gênero dentro da sociedade.