X Encontro de Iniciação Científica & IX Encontro de Extensão

Território e Desenvolvimento: criando cidades inteligentes

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2017

Cidades em crescimento e a estagnação de seus espaços públicos

Hévila Rayara Cruz Ribeiro1

Caroline Muñoz Cevada2

Introdução: A partir do movimento migratório do campo para a cidade e a ocupação desordenada do espaço urbano, as cidades sofreram transformações em sua organização espacial. As áreas edificadas, destinadas para habitação, comércio, serviços e circulação se expandiram enquanto as destinadas a convivência e ao lazer tornaram-se subutilizadas, esquecidas pela falta de tempo do dia a dia ou pelos diversos problemas sociais enfrentados pela sociedade. O modo como uma cidade se desenvolve ao longo dos séculos está fortemente ligada à interação entre os cidadãos e o ambiente urbano, sejam espaços construídos ou espaços livres de edificações (praças, parques, ruas). A compreensão da estrutura urbana, em diferentes escalas, desde edifícios à malha viária, permite perceber a trajetória que a urbe percorreu no seu processo de expansão. Tendo a paisagem urbana como um produto que corresponde as necessidades dos agentes sociais que a produzem, utilizam e modificam; os espaços públicos mostram-se como elemento de importante função coletiva, permitindo a interação entre as diferentes classes e grupos, servindo como suporte ao exercício da cidadania (SILVA; MACÊDO, 2009). Porém, com o surgimento das novas opções de entretenimento, e as alterações constantes na estrutura física destes lugares, muitas vezes sem ligação com seu passado histórico, percebe-se uma mudança na dinâmica de utilização destas áreas. A população, por não se identificar mais com aquele local, acaba por abandonar, desvalorizar e até mesmo depredar o bem público. Objetivo: Neste contexto, este trabalho objetiva-se em analisar a influência dos elementos morfológicos urbanos e da falta de um planejamento urbano adequado, no processo de subutilização dos espaços públicos no decorrer do crescimento das cidades. Entendendo que a Morfologia Urbana (como o estudo da forma urbana, tanto na produção como na sua transformação no tempo), define e explica a dinâmica entre a paisagem urbana e a sua estrutura (CARLOS, 2007); e Espaço Público atua como área concentradora de múltiplas atividades, de livre acesso e posse de todos, permitindo o convívio dos diversos grupos da sociedade (CARLOS, 2007). Metodologia: De forma a concretizar o objetivo citado, a pesquisa propõe uma investigação baseada em uma revisão bibliográfica que serve de suporte para o estudo do urbanismo e de como os espaços livres podem contribuir numa maior qualidade de vida urbana. Conclusão: Na análise das dimensões de utilização e preservação dos espaços públicos de Juazeiro do Norte, percebe-se que a cidade vivencia um processo de crescimento econômico sem o reconhecimento devido destas áreas. Destarte, a Praça Padre Cícero figura como um dos exemplos principais, uma vez que sofreu diversas modificações e já quase não possui referências e características originais, mesmo sendo um dos espaços mais importantes do núcleo histórico da cidade. Com esse estudo, pretende-se contribuir na discussão sobre a produção espacial da cidade de Juazeiro do Norte e a subutilização de seus espaços públicos, que são áreas vitais do espaço urbano, dotadas de simbologia e afeto. O desafio é (re) valorizar este tipo de espaço numa cidade onde o crescimento e as mudanças são constantes, e a sociedade vive com pressa.

Palavras-Chave: crescimento urbano, espaços públicos, planejamento urbano

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Orientador, Mestrado (Concluído), UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - PPGAU