Introdução: Recorrente em todo país, o trabalho ambulante ainda visa alcançar o reconhecimento em meio às dificuldades e resistências advindas das conjunturas social e estatal. Quanto àdiscussão sob a perspectiva de gênero, analisando o perfil e cotidiano da mulher enquanto trabalhadora ambulante, vê-se ainda mais uma precarização e repulsa à esta forma de trabalho, embora seja também responsável por grande parcela da renda gerada por esse setor. Assim, faz-se necessária uma reflexão acerca do trabalho informal e do comércio ambulante no Brasil, sobretudo quando exercido por mulheres, os motivos que as levam a desenvolvê-lo e formas de se alcançar oreconhecimento da categoria. Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo geral analisar a busca pelo reconhecimento das trabalhadoras ambulantes no espaço urbano e por objetivos específicos demonstrar quais fatores obstam o reconhecimento, descrever o trabalho ambulante, compreender tal trabalho sob a perspectiva de gênero, no âmbito do trabalho da mulher e apontar como se desenvolve no espaço urbano. Metodologia: O método utilizado é o indutivo, visando a observação das particularidades do trabalho ambulante da mulher para se chegar a uma determinação geral de como tais trabalhadoras buscam reconhecimento. O procedimento utilizado foi a pesquisa bibliográfica, subsidiada por livros e artigos científicos que tratamdo tema. Quanto àabordagem a pesquisa é qualitativa, buscando a determinar como se dá a busca pelo reconhecimento da trabalhadora ambulante no espaço urbano. Conclusão: Atualmente, o comércio ambulante é uma das maneiras mais visíveis de atividades informais desenvolvidas na dinâmica urbana. Neste contexto, o trabalho ambulante, em suma, trata-se do comércio exercido por pessoas que oferecem produtos ou serviços diversos em vias e logradouros públicos, de forma fixa ou itinerante, com ou sem permissão legal. Ainda que seja forte este tipo de atividade laboral em todo país, os problemas encontrados para seu exercício, sobretudo pelas mulheres, dificultam a sua realização. A falta de apoio social e estatal, ausência de local adequado para desempenho da atividade, riscos à saúde, dupla jornada diária – trabalho e cuidados do lar (principalmente pela classe feminina) – e dentre outras várias adversidades, demonstram as dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores. Além disso, não é por acaso que estes trabalhadores resolvem se submeter à informalidade a qual o comércio ambulante está sujeito. Inúmeras são as razões pelas quais este tipo de trabalho informal é escolhido. Esta forma de subsistência está pautada em uma alternativa ao desemprego e busca pela manutenção da vida. Quando se transfere essa análise para os motivos pelos quais as mulheres submetem-se ao comércio ambulante, a situação se revela ainda mais complicada; além de ser uma saída da mulher do lar para as ruas, a falta de flexibilidade e de seu reconhecimento profissional no trabalho formal faz com que muitas mulheres busquem esta alternativa precária de trabalho e mantenham-se nela. Ademais, ainda que demonstrada grande parte dos motivos que influenciam o exercício dessa profissão, bem como seus problemas, o comércio ambulante encontra um desafio maior: a busca pelo reconhecimento como forma legítima de trabalho. Estamos diante do binômio causa-consequência: a falta de reconhecimento deste trabalho, gera sua precariedade e informalidade. A ausência dessa valorização faz com que direitos amplamente assegurados a outros trabalhadores reconhecidos, não sejam garantidos, prejudicando fortemente estes que vivem à margem do trabalho formal. Sendo assim, no momento em que se conquistar esse devido reconhecimento, sobretudo à mulher ambulante, não solucionaremos todos os problemas decorrentes desta atividade laborativa, mas daremos um passo significativo para efetivação dos direitos que, hoje, lhes são negados.