Introdução: Não é atual pensar que viver na cidade é sinônimo de modernidade. Claramente, desde o surgimento do modo de vida urbano enquanto uma fissura socioespacial, cultural, política e econômica com o rural, que tal discurso é proclamado: viver na cidade é ser moderno. Uma colocação que reflete a imagem da materialidade tecnológica e científica. Porém, a controvérsias quando problematizamos o próprio conceito de modernidade. O conceito de cidade moderna no período atual, destina-se ao progresso, diferenças sociais, trabalhistas e espaciais. Onde a civilização moderna progressista crê no poder científico, no lugar em que a cidade está sendo gestada (SENRA, 2017). Com isto, a nossa proposta de pesquisa buscou analisar como objetivo central o conceito de cidade moderna a partir da percepção dos usuários do espaço urbano da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. Considerando que no contexto de sua urbanização contemporânea, influenciada pela cultura globalizante, os resultados da materialidade arquitetônica e fluxo do urbanismo local ocorrem como uma tentativa de cópia da cultura neoliberal dos países desenvolvidos, com o agravante da (des)funcionalidade. Objetivo: Analisamos a concepção de cidade moderna, os elementos que a constituíram e como essa identidade se materializa no espaço urbano de Juazeiro do Norte. Este momento de problematização foi de encontro com o dito por Senra (2017), os contrastes, consequência da grande diversidade, na cidade moderna, são expressos sobre tudo, pelos impactos sócio e espaciais. Isto colocando em ênfase a concepção dos sujeitos entrevistados sobre cidade moderna que passam a associá-la com a cidade ideal. Para a população de Juazeiro do Norte a ideia de cidade moderna é aquela na qual há saúde, educação, emprego e renda. Do ponto de vista de especialistas, cidade ideal é aquela em que as suas “atividades” básicas são exercidas efetivamente (BEZERRA, 2017), ou seja, o ideário da cidade. Metodologia: A pesquisa é qualitativa com base em análises bibliográficas e observação direta na cidade de Juazeiro do Norte, para este último focando nos fenômenos: urbanísticos, espaciais e sociais, utilizando de produção fotográfica como forma ilustrativa e problematizadora dos elementos. Aplicação de 4 entrevistas estruturadas com pessoas que os classificamos como: grupo de sujeitos usuários do espaço urbano de Juazeiro. Por último, elaboração de um vídeo como proposta de documentação das informações sistematizadas para análises posteriores e registro-arquivo. Resultados: Os nossos entrevistados construíram a concepção de: cidade moderna é uma cidade ideal na perspectiva de serviços e poder de compra. O entrevista A descreveu ser cidade moderna aquela em que possui uma “medicina”(saúde), educação e trabalho. Já o entrevistado B focou na questão de emprego, dizendo que, infelizmente, na nossa cidade não há emprego. Em segundo lugar, destacou a falta de saúde e educação. Que segundo ele, seria fundamental para a melhoria da cidade. Desse modo, a concepção de cidade moderna limita-se a serviços e capacidade de subsistência financeira, elementos fundamentais na concepção destes para o bem-estar urbano. Conclusão: O conceito de cidade moderna na concepção dos moradores de Juazeiro do Norte não passa de um anseio daquilo que consideram um direito materializado em serviços, limitando perceber a cidade como um espaço que deve ser inclusivo e, sobretudo, integrado sustentavelmente.