Introdução: O fim da colonização da América Latina não colocou um fim a colonialidade. Por esse motivo, a decolonialidade busca transcender essa universalidade que o colonialismo trouxe ao mundo, tentando romper a face obscura da modernidade, que infelizmente ainda permanece enraizada, operando atualmente como um padrão mundial de poder, que mascara a realidade e que transmite uma falsa sensação de independência. É nesse contexto que podemos discutir que a superioridade do saber europeu foi o grande responsável pela colonialidade do sistema-mundo, e ainda hoje, podemos encontrar indícios da modernidade eurocêntrica na nossa sociedade, muitas vezes calada, desde a época da colonização. Objetivo: O objetivo principal deste estudo é mostrar o pensamento decolonial como meio de entendimento e saída à situação geopolítica instaurada pelo modelo hegemônico (colonial) europeu. Ao introduzir essa discussão, o estudo objetiva ressaltar a trajetória de colonização moderna dos países latino-americanos, a fim de mostrar como, de fato, ainda não somos independentes. Metodologia: O objetivo principal deste estudo é mostrar o pensamento decolonial como meio de entendimento e saída à situação geopolítica instaurada pelo modelo hegemônico (colonial) europeu. Ao introduzir essa discussão, o estudo objetiva ressaltar a trajetória de colonização moderna dos países latino-americanos, a fim de mostrar como, de fato, ainda não somos independentes. Conclusão: É nítida a dependência dos países latino-americanos em relação a outros mais "desenvolvidos", quando analisados em um plano onde o centro do mundo baseia-se em um modelo de hegemonia europeia.   Este modelo de divisão geopolítica mundial, chamado de sistema-mundo, separa o mundo em três grandes blocos: centro, semi-periferia e periferia. Dessa forma, os países ditos como de "primeiro mundo" ou "desenvolvidos" (quase todos europeus) caracterizariam o centro do mundo; os "emergentes" ou em "desenvolvimento" seriam a semi-periferia e os países mais pobres (com ênfase nos africanos) constituiriam a periferia mundial.   O sistema-mundo é a unidade de análise do pensamento decolonial. A perspectiva de sistema mundo é a chave para entender como se produz a modernidade e como ocorre a dependência dos países semiperiféricos e periféricos. Portanto, essa ênfase analítica no sistema-mundo é o que constitui a visão geopolítica do pensamento decolonial, devido a que não existe modernidade sem colonialidade.  Assim, o pensamento decolonial trata-se de uma forma de rompimento de um conhecimento universalizado, sob uma perspectiva supra geo-política, levando em conta cada realidade e características individuais dos países, como saída à colonização moderna imposta pelos países centrais. Logo, a decolonialidade retoma de maneira crítica e estabelece diálogos construtivos com outros projetos intelectuais e políticos da América Latina, assim como de outros lugares do mundo, constituindo uma inovadora alternativa para refletir sobre o sentido de pensar desde a especificidade histórica de nossas sociedades, as quais foram encaixadas em um modelo hegemônico que desconsidera a realidade das minorias.    Por esta ótica, então, podemos analisar a modernidade e o capitalismo como ferramenta de dominação e controle dos países latino-americanos pelos países eurocêntricos, através do monopólio de investimentos estrangeiros, que tem como intuito escravizar a economia dessa região. Em vista disso, existe, portanto, uma busca e luta contínua por uma auto independência da América Latina, ou seja, apesar de a América Latina ter ganho independência dos poderes coloniais europeus, as instituições políticas, a racionalidade científica e as hierarquias sócio raciais do período colonial, permaneceram praticamente intactas. O pensamento decolonial surge, então, com o objetivo de romper as barreiras internalizadas em toda nossa estrutura, seja econômica ou cultural que rouba e desconstrói a identidade latina americana.