Introdução: O rio Salgado, afluente do rio Jaguaribe, nasce ao pé da chapada do Araripe, recebendo o nome rio Batateiras. Sua água vem sendo poluída desde a sede urbana de Crato, passando por Juazeiro do Norte e seguindo à Missão Velha. Ações antrópicas em mediações hidrográficas culminam em efluentes onde degradam tanto o meio ambiente em volta como a biodiversidade local, problemática recorrente na atualidade, da qual requer atenção. Objetivo: Realizar uma análise estatística de um conjunto de dados amostrais que apresentam resultados de estudos físico-químicos e biológicos das águas do rio Salgado, avaliando o comportamento de variáveis no tempo (período de chuva e de estiagem) e no espaço (pontos estratégicos). A partir dessas análises, verificar o grau de poluição gerado pelas cidades pertencentes ao espaço. Metodologia: Foi utilizado um banco de dados pertencente ao estudo realizado por Fontenele et al. (2011). Os pontos amostrais estudados foram escolhidos em locais específicos onde há ocupação do solo e despejos de poluentes. Essas amostras foram coletadas entre os meses de março a setembro de 2005. Os atributos analisados foram: demanda bioquímica de oxigênio (DBO), fósforo total (FT), dureza total (DT), condutividade elétrica (CE), cloretos (Cl-), sulfatos (SO42), ortofosfato solúvel (OS), nitrato (NO3-), oxigênio dissolvido (OD), alcalinidade bicarbonatada (AB), coliformes totais (CT), turbidez (T) e pH. Foi analisado as principais causas de variações, tanto em relação ao local quanto a época a qual foi coletada a amostra. Adotado médias, valores máximos e mínimos para cada variável em seu ponto de coleta. Os pontos de coleta foram definidos entre Crato e missão Velha, da seguinte forma: P1 - Crato, rio Batateiras; P2 - Crato, rio Batateiras; P3 - Juazeiro do Norte, rio Batateiras; P4 - Juazeiro do Norte, rio Batateiras; P5 - Juazeiro do Norte, rio Batateiras; P6 - Juazeiro do Norte, rio Carás; P7 - Juazeiro do Norte, riacho dos Macacos; P8 - Missão Velha, rio Batateiras; P9 - Missão Velha, rio Salgadinho. Conclusão: Ao analisar os dados, pôde-se observar valores discrepantes em relação aos padrões identificados nesse estudo. Nota-se que os resultados variam de acordo com o ponto estudado e época à qual foram coletadas amostras. O índice de dureza (carbonato de cálcio) variou nos pontos entre 96,25mg/L em março a 748,07mg/L em setembro, ultrapassando o nível ideal de potabilidade da água para consumo humano, no qual é estabelecido o máximo de 500mg/L de carbonato de cálcio. Na variável cloreto houve também um aumento em suas concentrações médias, de março 65,70mg/L para setembro 165,82mg/L. Ambos sugerem aumento devido ao período de estiagem, com isso menores volumes do rio, maiores concentrações de poluentes. Na análise de coliformes totais, em meses de estiagem alcançaram médias extremas de aproximadamente 7.000.000NMP/100mL e nos meses iniciais, período chuvoso, 13.000NMP/100mL. Com isso, os índices de DBO, Demanda Bioquímica de Oxigênio, consequentemente, apresentaram valores abaixo do critério 300mg/L de O2. Na análise do fosforo os valores encontrados foram 1,9mg/L, em média, estando acima dos parâmetros do ministério da saúde que são entre 0,01mg/L e 0,05mg/L. Tal variação explica-se pela grande quantidade de esgotos nas cidades em questão. Isso confirma a hipótese que no período de estiagem, há uma maior concentração de poluentes e que a localização dos pontos também influencia nos níveis de poluição. No presente, de acordo com o último censo do IBGE em 2010, para estimativa em 2018, observa-se um aumento por volta de 32000 pessoas, somando as cidades: Juazeiro do Norte e Crato. Nota-se a hipótese de um aumento também na poluição do rio Salgado devido atividades antrópicas. Trazendo a importância de um monitoramento para fins de estudo quanto a qualidade da água.