Introdução: As novas práticas de consumo com origem na Revolução Industrial revelam a problemática dos resíduos sólidos, pois obstinadamente os gestores públicos municipais, acomodaram-se com os “pequenos custos” relacionados ao descarte em lixões, gerando graves consequências à saúde da população e aos ecossistemas locais, havendo a necessidade da gestão responsável dos resíduos. No interior do Estado do Ceará, no Município de Juazeiro do Norte, os resíduos sólidos são destinados de forma inadequada ao lixão, sem nenhum controle ambiental, propiciando a poluição do solo, dos mananciais subterrâneos e superficiais, do ar, gerando consequentemente riscos à saúde pública e ao meio ambiente, e corroborando com a insustentabilidade socioeconômica e ambiental da região. Assim, os indicadores de Pressão-Estado-Impacto-Resposta (PEIR) fornecem subsídios para a tomada de decisão dos gestores, direcionando a escolha de técnicas de manejo mais adequadas. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo identificar os indicadores PEIR a partir dos problemas ambientais ocasionados pelos Resíduos Sólidos em Juazeiro do Norte – CE. Metodologia: A pesquisa procedeu a caracterização do município quanto ao manejo dos Resíduos Sólidos, consistindo em uma pesquisa descritiva-exploratória, de natureza qualitativa, havendo a análise dos dados disponíveis pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e informações de livros, normas e publicações acadêmicas sobre o assunto. Conclusão: Os parâmetros ligados aos indicadores PEIR receberam classificação “Favorável” ou “Desfavorável” com a finalidade de direcionar as tomadas de decisões do poder público local. Na análise dos parâmetros relacionados ao indicador Pressão, constatou-se que o crescimento da população, aumento da geração de resíduos e frequência de coleta de resíduos sólidos urbanos é “Favorável” pela existência do serviço. Contudo obtiveram classificação “Desfavorável” o atendimento da frequência de coleta nas zonas rurais e catadores nas ruas, devido à carência de investimentos em áreas mais afastadas dos centros urbanos, bem como a presença de crianças na coleta de materiais, apontado com um problema social e de mal planejamento de gestão. Em relação ao indicador Estado, as condições ambientais envolvendo aspectos como qualidade do ar, qualidade das águas, qualidade do solo são classificados como “Desfavorável”, devido aos prejuízos causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos, agravados pela inexistência de uma manta de impermeabilização no local, da falta de sistema de drenagem e aproveitamento de gases, como também o tratamento interno e externo do chorume. O indicador impacto relaciona os efeitos do meio ambiente sobre a saúde e qualidade de vida da população assim, a poluição dos recursos hídricos da região, a perturbação ao ecossistema local, a poluição do ar, a poluição do solo, a proliferação de vetores, os impactos visuais e doenças, receberam a classificação “Desfavorável” pela não existência de um Aterro sanitário. Referentes ao indicador Resposta, as ações desenvolvidas pela Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (AMAJU), visando diminuir os impactos ambientais, tem classificação “Favorável”, embora o tratamento dos resíduos sólidos, legislações ambientais e participação da população, pelo processo acontecer de maneira não efetiva, obtendo a classificação “Desfavorável”. Esse quadro condizente à relação existente entre os indicadores de Estado e Impacto traz preocupações referentes as questões ambientais e de saúde pública, principalmente envolvendo os recursos hídricos da região, nas quais, as redes de drenagem naturais das microbacias do riacho São José, riacho dos Macacos e riacho das Timbaúbas recebem, diariamente, águas pluviais, e quando poluídas pelo chorume, prejudicam a fauna e flora aquáticas bem como à população ribeirinha que dependem desse recurso para agricultura local. Diante do exposto, os indicadores de sustentabilidade Pressão-Estado-Impacto-Reposta (PEIR) configuram-se em uma ferramenta de suma importância na identificação de problemas ambientais relacionados aos resíduos sólidos, podendo colaborar nas tomadas de decisões da gestão municipal direcionadas à sustentabilidade socioeconômica e ambiental.