XI Encontro de Iniciação Científica & X Encontro de Extensão

A Invenção do Contemporâneo: Ciência, Poder e Cultura na formação do mundo atual

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Agosto/2018

LOLITA E AS MENINAS BRASILEIRAS: uma analogia de Dolores Haze com as vítimas de pedofilia no Brasil

Yanna Saskya Pereira Monteiro1

Priscila Ribeiro Jeronimo Diniz2

Introdução: Lolita, obra de Vladimir Nabokov, é considerada uma das melhores obras do século XX. Mas ao mesmo tempo torna-se um assunto polêmico, isso porque, o autor fala da pedofilia por meio do agressor e somente por ele. Humbert Humbert, narrador-personagem, desde as primeiras páginas deixa claro sua pedofilia, embora essa palavra não apareça em nenhum momento. Ele a justifica por dois fatores: o primeiro é Annabel, uma garota com quem ele teve suas primeiras experiências sexuais, mesmo que estas nunca tenham sido completadas; o segundo fator é que Humbert cria uma categoria nova entre as meninas, chamando-as de ninfetas. Essas são as que ele considera seres sexuais e de natureza demoníaca. As ninfetas são, conforme o narrador, meninas entre nove e cartoze anos. Logo, Humbert afirma que as ninfetas capturam a atenção dos homens que ele chama de “viajantes solitários, os adeptos da ninfolepse”(NABOKOV, 1995, pag. 21). E aos trinta e sete anos, Humbert Humbert conhece Dolores Haze, uma garota de doze anos que ele imediatamente identifica como uma ninfeta e não obstante, encarna nela Annabel, o seu amor juvenil nunca consumado. A partir daí, pela visão do narrador e agressor, tem-se a ideia de que Dolores, predominantemente citada como Lolita, seduz o personagem, inicialmente de forma inconsciente, tornando-a então, responsável pelo ato. Histórias similares a de Lolita são facilmente encontrada no Brasil isso porque o Brasil, em uma pesquisa feita pela ONG Censura, apresenta 76% dos pedófilos mundiais e também é o líder de na internet de consumo de materiais de pedofilia. Os números do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do ano de 2013, indicam que nos casos de pedofilia, 70 das vítimas de até nove anos e 58 das vítimas entre dez e dezenove anos são violentadas por familiares e conhecidos da família, assim como Lolita. Com isso, fica possível fazer um paralelo entre a personagem e as meninas que sofrem dessa mesma violência. Assim como Dolores, as vítimas no Brasil, principalmente as do sexo feminino, são responsabilizadas pela violência que sofrem. Além disso, uma parte significativa é violentada dentro da própria casa. Objetivo: O objetivo principal desse artigo é discutir sobre os abusos sofridos por menores dentro da própria casa. De forma estrita, pretende-se mostrar as consequências possíveis para as vítimas. Metodologia: Esse trabalho será realizado através de pesquisa bibliográfica e documental de forma a abranger opiniões, dados e penalizações jurídicas frente a prática criminosa de sexo com menores. O método de pesquisa será o qualitativo. Conclusão: Dado o exposto, é essencial que haja a discussão acerca deste tema, inclusive no meio acadêmico. A comunidade jurídica deve estudar e analisar os diversos casos de abuso e/ou estupro de vulnerável, inclusive os que acontecem dentro de casa. Portanto, o presente artigo através de uma comparação com a obra Lolita mostra as possibilidades de se acontecer o abuso, visto que o livro é na visão do abusador, ajudando os possíveis leitores a identificar os sinais.

Palavras-Chave: Lolita, Pedofilia, Estupro de Vulnerável

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Orientador, Doutorado (Cursando), UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB