XI Encontro de Iniciação Científica & X Encontro de Extensão

A Invenção do Contemporâneo: Ciência, Poder e Cultura na formação do mundo atual

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Agosto/2018

GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DO “INFLUENCIADOR POLÍTICO”: ANÁLISE DA PROPAGANDA ELEITORAL NA INTERNET REALIZADA PELA FIGURA DO DIGITAL INFLUENCER À LUZ DA RESOLUÇÃO 23.551/17 DO TSE.

Natalia Viana Nogueira1

Maria Eduarda Araújo Morais2

Sofia Ferreira Holanda3

Dante Feitosa Siebra de Holanda4

Introdução: A informatização das atividades ampliou o campo de atuação profissional, criando novas formas de trabalho e, consequentemente, de auferimento de renda. Tal fenômeno fez com que uma grande demanda de pessoas passassem a atuar como profissionais em diversas plataformas, tais como YouTube, Instagram, Facebook e Twitter, tendo como a principal ideia a interação com o público, a formação de opinião e divulgação de produtos. Neste contexto, surge a figura do digital influencer - o influenciador digital, personalidade que tem como principal característica a produção de um conteúdo específico na internet que se adequa a um ou mais grupos sociais, interferindo diretamente no comportamento de seus seguidores. Atualmente, a publicidade feita pelas redes sociais atingiu, em alguns setores, um patamar superior ao da propaganda televisivas. Trazendo esta prática para a presente conjuntura eleitoral, verifica-se o surgimento de uma propaganda partidária que utiliza-se destes mecanismos para propagar suas propostas e convicções de maneira implícita. A prática de campanha na internet é plenamente possível desde que obedeça aos requisitos legais estabelecidos na lei 9.504/97 (Lei das Eleições) e na mais recente resolução de nº 23.551/17, em destaque para a contratação direta com a plataforma desejada e que esta atividade seja realizada na modalidade impulsionamento. Recentemente, influenciadores foram contratados para levantar pautas de teor político em suas redes sociais de maneira implícitas, condutas ferem de maneira direta as diretrizes estabelecidas pela legislação para a realização de campanha eleitoral no campo da internet, como dita o art. 24 da resolução supracitada, impossibilitando práticas diversas. Objetivo: - Analisar a propaganda eleitoral realizada na internet por intermédio dos digitais influencers, verificando a legalidade e incongruências desta prática. - Conceituar a expressão “digital influencer”, apontar seu campo de atuação e as consequências de sua atividade na formação da opinião pública. - Abordar a propaganda eleitoral na internet a partir da Resolução nº 23.551/17, demonstrando seus pontos principais e inovações no tocante a esta prática. - Examinar a atividade do influenciador digital no campo da propaganda eleitoral, verificando a legalidade desta conduta e seus aspectos éticos. Metodologia: Para a realização do artigo, foi adotada a modalidade de pesquisa bibliográfica qualitativa, baseada na leitura da legislação específica sobre o assunto, textos jornalísticos e conhecimento empírico. Conclusão: De maneira indireta, esta prática tem como objetivo central fazer uso do poder de persuasão de tais figuras públicas para captar um número considerável de eleitores, tendo em vista a possibilidade de projetar a confiança depositada no influenciador digital, para o candidato divulgado em suas ferramentas de trabalho. Portanto, com base no entendimento pacificado pelos tribunais, é possível concluir que tal mecanismo está fora do espectro da legalidade. Antes do protagonismo do marketing digital, a dinâmica partidária já se utilizou dos popularmente conhecidos como “showmícios”, comícios partidários que contavam com a participação de artistas consagrados nacionalmente, existindo em sua essência, a mesma questão pontuada atualmente, ou seja, o interesse de manipular e acarrear votos. A conjuntura política no Brasil traz em seu bojo uma série de elementos históricos que demonstram fragilidade na relação entre o sistema partidário e os institutos da eticidade, tal panorama repercute diretamente nos métodos de manipulação da opinião pública, como ocorre na temática abordada pelo presente artigo. Um processo eleitoral idôneo está além de seus procedimentos e ritos formais, é de suma relevância que o mesmo seja construído tendo como base o debate enriquecedor de propostas entre os candidatos, a livre manifestação da população distante de vícios como compra ou troca de votos e opiniões, dentre outras medidas que estimulem o engajamento politizado da sociedade civil.

Palavras-Chave: Digital influencer, propaganda eleitoral, internet

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  3. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  4. Orientador, Especialização (Concluído), UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA