XII Encontro de Iniciação Científica & XI Encontro de Extensão

Ceará: terra da Luz, da Ciência e da Tecnologia

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2019

A IDENTIFICAÇÃO DA MASCULINIDADE TÓXICA NOS DISCURSOS DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO E SEUS REFLEXOS NA SOCIEDADE

Natalia Viana Nogueira1

Maria Mabel Maia da Costa2

Priscila Ribeiro Jeronimo Diniz3

Introdução: A nomenclatura “masculidade tóxica” ainda é pouco conhecida apesar de sua prática ser uma realidade na dinâmica social brasileira. O termo consiste na promoção de uma cultura repressiva e agressiva associando-a a ideia de masculinidade, ou seja, destina ao que se diz ser masculino características como; violência, brutalidade, força, uma vida sexual promiscua e pratica de determinamos esportes, além de criar uma delimitação extremamente radical, a qual determina tudo aquilo que não pode ser associado ou praticado pela classe masculina a partir de uma visão conservadora e heteronormativa. Deixando a entender que, por exemplo, expressar sentimentos, gostar de uma determina cor, praticar determinado esporte não condiz com a masculinidade preestabelecida, fazendo com que, aqueles que não se encaixem nesse padrão, passem a integrar uma margem de não inserção nessa bolha prefixada socialmente. Tais praticas merecem um trabalho de identificação e de desmistificação, a fim de permitir que essas barreiras sejam vencidas e que cada vez mais a questão de “ser masculino” não esteja associado a condições anteriormente estabelecidas e que muitas vezes não condizem com a realidade e vivência de muitas pessoas. Dessa forma, seria possível estabelecer gradativamente uma nova perspectiva social sem bipolarizar de forma tóxica o que é necessariamente masculino ou feminismo. A luta para vencer e trabalhar a masculidade tóxica na realidade social vem ganhado forma e vitórias, todavia, com o cenário político atual é de conhecimento notório que ocorreu um retrocesso quanto ao trabalho que vinha sendo dado a fim de combater discursos machistas e disseminadores de uma masculinidade agressiva nada saudável. A problemática encontra uma grande força para sua pulverização e manutenção quando se tem uma figura tão central, como é a do Presidente da República, reproduzindo a todo tempo, por meio de grandes veículos de comunicação, discursos claramente enquadrados e qualificados como tóxicos e semeadores do que se buscava justamente combater. Objetivo: Analisar de forma ampla os discursos do atual presidente da república e os momentos em que, por intermédio deste, o representante da federação disseminou diversas ideias preconceituosas, inclusive que endossam, reforçam a reiteram a pratica da masculinidade tóxica, bem como o que essa ação gera na sociedade, assim, essas pessoas que a integram se sentem influenciadas e autorizadas a propalar tais ideias. Metodologia: A construção do presente trabalho se deu por meio de pesquisa bibliográfica e documental, qualitativa e métodos de cognição indutivos, tendo por base também a análise de entrevistas e reportagens. Conclusão: Os resultados demonstram que a pratica de ações que correspondem a masculinidade tóxica não são algo recente, muito pelo contrário, diz respeito a uma prática cultural e conservadora disseminada socialmente como uma espécie de ação automática, formando gerações e mais gerações com tais ideias inseridas em sua personalidade, formando-a de forma tóxica, sem que a própria pessoa perceba que tais padrões estão sendo introduzidos em sua vivência, usando de forma análoga, seria a violência simbólica de FULANO na perspectiva da masculidade tóxica. Além disso, as análises dos discursos presidenciais tornam possíveis a percepção da prática descrita a partir de um veículo de muito mais alcance, atingindo assim, mais pessoas e disseminando, de forma ampla, tal pratica, gerando um sentimento permissivo para que elas reiterem essas condutas.

Palavras-Chave: masculinidade tóxica, presidente da república, discursos presidenciais.

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  3. Orientador, Doutorado (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP