Introdução: Com a falta de racionalização da água e com o uso exacerbado dos recursos hídricos, agravado com a falta de chuva na região, o volume de água do reservatório Thomas Osterne teve uma redução significativa, comprometendo diversas áreas, desde as atividades agrícolas até mesmo no consumo diário das pessoas que moram no entorno do reservatório. Diante dessa problemática, torna-se necessário o estudo hidrológico da bacia de contribuição desse reservatório. Este estudo é iniciado por uma análise morfométrica, responsável pela descrição de aspectos da bacia hidrográfica como padrões de forma, drenagem e relevo, com o intuito de abordar questões relacionadas a física do meio e à propensão da ocorrência de eventos extremos. Além disso, esses parâmetros têm grande influência sobre o escoamento superficial e, consequentemente, sobre o processo de erosão, que resulta em perdas de solo, água, matéria orgânica, nutrientes e microfauna, provocando, assim, assoreamento. Objetivo: Realizar uma análise morfométrica da bacia do reservatório Thomas Osterne. Metodologia: Para isso, foram utilizados dados fornecidos do banco de dados geomorfométricos do Brasil TOPODATA (http://www.dsr.inpe.br/topodata/index.php) que oferece o Modelo Digital de Elevação (MDE) e suas derivações locais básicas em cobertura nacional, idealizadas a partir dos dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). Dispondo do software ARCGIS®, que detém de um sistema de informações geográficas para trabalhar com mapas e referências geográficas, efetivamos a delimitação da bacia, através da ferramenta ArcHydro®, para delimitação da bacia e obtenção de variadas características geométricas, do relevo e rede de drenagem. Conclusão: Resultados A bacia contempla uma área de 141,75 km² e seu perímetro é de 57,53 km. As características geométricas definem a forma da bacia. O coeficiente de compacidade (Kc) com valor de 1,50, caracteriza a bacia como alongada. O índice de circularidade (Ic) tende para unidade à medida que a bacia se aproxima a forma circular e diminui à medida que a forma torna alongada. O Ic encontrado foi de 0,53, corroborando a caracterização de bacia alongada dada pelo Kc. No que tange ao relevo, definiu-se declividade e altimetria. A declividade média encontrada foi de 6,32%, sendo esse valor condizente com o relevo suave ondulado. O trecho do rio principal varia em altitudes de 956,05m a 446,05m, ainda possuindo uma altitude média de 710,73m. A altitude média influencia na quantidade de radiação solar que a bacia recebe, consequentemente influencia na temperatura, na precipitação e na evapotranspiração. A densidade de drenagem foi definida pela relação entre os comprimentos totais dos rios (290,97 km) pela área da bacia. Foi encontrado um total de 2,05 km/km² apresentando boa capacidade de drenagem. O índice de sinuosidade é 1,41. Apresenta um canal de formas transicionais, regulares e irregulares. Conclusão A análise dos dados obtidos permitiu concluir que a bacia do Reservatório Thomas Osterne possui forma alongada, evidenciando menor risco de cheias em condições normais de pluviosidade anual. A declividade média caracteriza o relevo como suave-ondulado. Além disso, a bacia possui boa drenagem e uma transição dos canais de retilíneos para tortuosos. De tal forma, observando a declividade média, a drenagem na bacia, e a não linearidade dos rios podemos concluir que haverá uma redução da energia responsável pelo carregamento dos materiais sólidos, oriundos de processos erosivos a montante.