Ceará: terra da Luz, da Ciência e da Tecnologia
Juazeiro do Norte - CE
Bruna Vieira dos Santos1
Jamilly Reillany Ferreira Teotônio2
Luíz Paulo Aragão de Almeida3
Introdução: O presente trabalho trata-se da análise arquitetônica de uma edificação histórica, o Engenho Tupinambá, localizado nas imediações da CE-293 em direção ao Distrito de Arajara, munícipio de Barbalha. O Engenho é uma construção datada de 1930, e considerado o último exemplar do Nordeste de “casa grande e engenho conjugado" (casa grande do engenho monocultor). As instalações do Engenho Tupinambá representam os tempos da escravatura e do ciclo da cana de açúcar na região do Cariri.Constatou-se que nos tempos áureos, o Engenho Tupinambá chegou a produzir cerca de quatro mil cargas de rapadura por safra e era um referencial da aristocracia do Cariri. O Engenho Tupinambá está situado de forma isolada, junto ao núcleo urbano. O imóvel constitui-se em um ponto de destaque na paisagem urbana de Barbalha. A construção está disposta livremente nos domínios da propriedade, e encontra-se suspensa sob um bloco maciço para compensar a topografia do terreno. Possui poucas aberturas e expõe um aspecto robusto observado na relação da sua dimensão longitudinal em comparação com as espessuras e alturas das alvenarias existentes. A fachada principal é composta pelo ritmo das esquadrias e possui uma porta central e quatro janelas de cada lado. Uma escadaria precede a porta central da edificação e há a supressão da varanda. A edificação apresenta adaptações do estilo neoclássico que era aplicado nas províncias brasileiras em meados do século XX. No entanto sua composição está essencialmente relacionada a função, uma vez que não possui adornos originais, dispondo apenas paredes cruas de tijolos de barro e argamassa. A construção é em alvenaria de tijolo, tendo coberta composta porquatro águas desiguais, com acentuada inclinação. O engenho está dividido em sala de fornalha, tachos, moendas e caldeiras. A casa é formada por um terraço, duas salas, duas alcovas e três outros pequenos cômodos, totalizando uma área quadrangular. O Engenho Tupinambá foi construído com adobes (tijolos de barro cru, água e palha prensados manualmente em formas e secos à sombra e depois ao sol), sendo que as paredes têm espessuras que variam de 0,80 a 1,00 m, chegando a mais de 1 metro nas pilastras que sustentam a cobertura do engenho. As madeiras usadas estão o angico e o pau d’arco. Atualmente o Engenho está sob a administração da senhora Maristela Mourão. Catalogado e tombado pelo instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Nos dias atuais o Engenho desempenha no município de Barbalha o serviço de buffet. Objetivo: Analisar e documentar a obra arquitetônica do Engenho Tupinambá. Metodologia: Análise realizada a partir de informações coletadas através de pesquisa bibliográfica, visita a edificação, levantamento arquitetônico, registros fotográficos, desenvolvimento de desenhos técnicos e registros encontrados no engenho (livro com croquis). A análise é feita a partir da planta baixa, da estrutura, dos materiais, das aberturas na fachada, da relação com o lote, da coberta e da decoração. Esses foram os pontos abordados durante a realização do estudo. Conclusão: O Engenho Tupinambá é uma edificação histórica do século XIX, localizada no município de Barbalha - CE, muito importante no ciclo da cana de açúcar, edificação do período colonial, que desempenhou a função de casa grande e engenho monocultor. Importantes traços arquitetônicos do período foram identificados no decorrer da realização da análise. O Engenho é de grande importância para a arquitetura, o patrimônio foi catalogado e tombada pelo IPHAN.
Palavras-Chave: Engenho Tupinambá, Edificação Histórica, Arquitetura