Introdução: Atualmente, cerca de mais da metade da população mundial reside em áreas urbanizadas (ONU - United Nations Organization - 2017). Dentre as preocupações iminentes a esse panorama, estão às condições da qualidade ambiental urbana, que tendem a diminuir, ao passo que modificações substanciais vinculadas ao crescente grau de ocupação (impermeabilização do solo, supressão do extrato vegetal, verticalização, e outros) incidem no ambiente urbano, e findado por afetar a qualidade de vida dos habitantes, exemplo desta problemática é sobreaquecimento da cidade, fenômeno também conhecido como ilhas de calor. As ilhas de calor urbanas são tratadas nas cidades tropicais como uma problemática gerando impactos efetivos de diversos tipos, tais como: o favorecimento de nebulosidade, desconforto térmico causado pelas temperaturas mais elevadas, surgimento de enfermidades respiratórias e/ou fornecendo o ambiente ideal para proliferação de vetores de doenças como é o caso da dengue, além de prejuízos econômicos gerados pela maior demanda de energia, principalmente em decorrência da maior utilização de equipamentos de refrigeração de ar. Objetivo: Partindo desses pressupostos, o presente artigo objetivou a análise entre (1987 e 2007) das temperaturas de superfície para a cidade de Barbalha, que além de compor a Região Metropolitana do Cariri região Sul do Ceará, representou um aumento de 20% em sua população urbana partindo 24.302 (1991) para 38.022 (2010) de acordo com dados do IBGE. Metodologia: Para o cumprimento do objetivo proposto, houve a subdivisão em três etapas: (I) revisão bibliográfica e cartográfica; (II) elaboração e integração do banco de dados geocartográficos, (III) organização e interpretação dos dados, elaboração de mapas da temperatura de superfície. A partir de dados da série Landsat em especifico do 5, foram para as datas supracitadas aplicou-se os seguintes procedimentos técnicos: Para aquisição dos dados de temperatura será aplicado o software Tersset (versão atualizada do software Idrisi), que seguirá as seguintes etapas: Etapa 1 (Radiação Espectral), Etapa 2 (Refletância espectral), Etapa 3 (Índices de vegetação: NDVI), Etapa 4 (Emissividade), Etapa 5 (Temperatura da superfície). Conclusão: Com base nos dados analisados constatou-se uma elevação da temperatura, uma vez que, as modificações do clima natural do tecido urbano da cidade estão atreladas, entre outros fatores, aos fenômenos da urbanização, que resultam em ações como substituição da superfície natural, alteração de cursos d’água, impermeabilização do solo, dentre outras, têm provocado variações no aumento da temperatura do ar gerando desconforto térmico. Neste cenário de alteração, a atmosfera urbana da área estudada apresentou em 1987 para áreas urbanas e de solo exposto temperaturas entre 24 °C e 26 °C, as alterações presentes neste horizonte temporal condicionaram para estas classes/alvos no ano de 2007 temperaturas entre 28°C e 31 °C, representando uma amplitude térmica de 2°C paras as mínimas e 3°C para as máximas. As áreas vegetadas também apresentaram um panorama similar, com 19° C a 21 °C para 1987, e 21 °C a 25 °C para 2007. Desse modo, verifica-se o sobreaquecimento da cidade de Barbalha com um amplitude térmica de 9 °C entre 1987 e 2007.