XII Encontro de Iniciação Científica & XI Encontro de Extensão

Ceará: terra da Luz, da Ciência e da Tecnologia

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2019

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ACERCA DA VIDA EM CONDIÇÃO DE RUA

Sérgio de Sousa Araújo1

Pedro Paulo Cunha Flõr2

Orlando Júnior Viana Macedo3

Introdução: O presente trabalho contempla o tema vida em condição de rua, uma realidade marcada por extrema vulnerabilidade social, fazendo com que os sujeitos que vivem em tal situação possam ter seus direitos violados, em função da falta de segurança e discriminação que são vítimas. Trata-se de uma pesquisa realizada no semestre letivo 2019.1, por um grupo de estudantes do quarto período do curso de Psicologia da Faculdade Paraíso do Ceará, da cidade de Juazeiro do Norte, no componente curricular Psicologia Social I. Buscou-se, por meio desse trabalho, acessar a realidade de sujeitos que vivem em condição de rua. Recorreu-se, como aporte teórico, à teoria das Representações Sociais, pois tal teoria trata dos saberes populares, elaborados e partilhados coletivamente por um determinado grupo, com a finalidade de construir e interpretar o real. As representações sociais construídas pelos sujeitos interferem diretamente no comportamento e na forma como estes interagem com o meio social. Objetivo: Analisar as representações sociais, por parte de sujeitos que vivem em situações de rua, acerca da vida em condição de rua. Justifica-se tal proposta em função da necessidade de compreender como esses sujeitos percebem a forma como a sociedade os enxergam, bem como identificar as dificuldades que vivenciam no cotidiano, evidenciando o modo como os sujeitos em condição de rua são afetados pela sociedade. Metodologia: Trata-se de estudo qualitativo de caráter exploratório, do tipo estudo de caso. Recorreu-se como técnica de coleta de dados a uma entrevista semiestruturada. O estudo foi realizado com um sujeito que vive em condição rua, de 53 anos, sexo masculino, na cidade de Juazeiro do Norte. A entrevista semiestruturada foi gravada e posteriormente transcrita fielmente à fala do entrevistado e analisada a partir de um confronto com a literatura pertinente. Conclusão: De acordo com o entrevistado a maior dificuldade que os sujeitos que vivem em situação de rua enfrentam, não é a busca pela alimentação e nutrição adequada, não é a busca por um lugar onde possa dormir sossegado ou então a dificuldade de conseguir um emprego, mas sim o fato de ser visto constantemente como uma ameaça, alguém perigoso. A partir do depoimento do entrevistado foi possível observar que o estigma social das pessoas em situação de rua ainda está bastante enraizado na nossa sociedade, pois os estereótipos de vagabundo, sujo e até mesmo criminoso que essas pessoas carregam vão além dos limites individuais, contaminam a sociedade em geral trazendo uma visão injusta e distorcida do que realmente é estar em condição de rua. Considera-se, portanto, que se faz necessário um tratamento mais humanizado por parte da sociedade, pois a discriminação leva os sujeitos que vivem em condição de rua ainda para um contexto de exclusão, causando sofrimento. Ao finalizar esta pesquisa chama-se atenção para necessidade de novas investigações acerca do tema, como forma de dar mais visibilidade a estes sujeitos e possibilitar tratamento mais digno para tal população, desmistificando alguns preconceitos e estigmas socialmente construídos e disseminados acerca das pessoas em situação de rua.

Palavras-Chave: Representações Sociais, Preconceito, Condição de rua

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  3. Orientador, Graduação (Concluído), UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB