XII Encontro de Iniciação Científica & XI Encontro de Extensão

Ceará: terra da Luz, da Ciência e da Tecnologia

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2019

OS ESPAÇOS OCUPADOS PELO FEMININO FRENTE À CULTURA PATRIARCALISTA, UMA DISCUSSÃO ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO.

Andreza Stewart Duarte Ferreira1

Rian Pinheiro Pereira2

Introdução: Discursar a atuação legítima da mulher é falar sobre um ditado que reduz a sua finalidade de existência ao campo materno e do lar. Nesse sentido, espaços segregacionais são criados e incorporam uma dimensão sexual, ou seja, a predominância de um gênero em detrimento de outro, gerando arbítrio no âmbito familiar e para além dele. Nesse cenário o sistema patriarcal se instituiu no Brasil como estratégia de colonização portuguesa, assim, o patriarcado advém de uma herança localizada no período colonial, que longe de ser superado configura uma sociedade instituída sob os moldes dos senhores de engenho, tendo a casa grande e a senzala como símbolos de sua formação. Dessa forma, o surgimento do patriarcado ratifica que por um capricho sexual, a mulher sofre opressão, no qual a supremacia do sexo masculino não tinha obstáculos. Diante dessa realidade, a questão de gênero é um tema importante para instigar a formação de uma consciência coletiva que atualmente reflete uma sociedade que embora seja de todos, acolhe os sujeitos de forma desigual em que a parte feminina da população está a mercê de injustiças, revelando um Estado Democrático de Direito androcêntrico, negando os espaços políticos às mulheres que carecem de ações afirmativas que a equiparem. Objetivo: Representar que as mulheres foram educadas somente para o âmbito privado, culturalmente ligadas à educação familiar, religiosidade e privação de suas opiniões, evidenciando uma longa distância entre o direito de votar e a ascensão de cargos eletivos. Metodologia: Trata-se da utilização do método dedutivo, à luz da pesquisa indireta documental e bibliográfica assim como adota-se as ideias depreendidas por Friedrich Engels, Simone de Beauvoir, Aristóteles, Heleieth Iara Bongiovani Saffioti, Gilberto Freyre, dentre outros. Conclusão: Embora a Lei n° 9.504/97 estabelecesse de 30 a 70 por cento de cotas para mulheres em listas partidárias, não houve acompanhamento sistemático, de modo que se tornou um simbolismo na Constituição Federal que alcança apenas uma igualdade substancial. Assim, a disputa pelo poder se faz de suma importância através do senso de justiça e preocupação naquilo que é coisa pública, não na busca por sentimento de superioridade, mas no avanço de equidade para uma interação de gêneros efetiva. Nesse sentido, a diferença entre homens e mulheres é notável. Por isso o debate em torno da questão de gênero e políticas públicas são de essencial importância para que a sociedade reveja seus valores e paradigmas. É preciso ressignificar o campo educacional para através de uma nova mentalidade superar o estigma de segregação do espaço público e privado e assim, permitir um equilíbrio de participação. A igualdade de direitos, seja pelo acesso à educação e aos cargos profissionais, ou o direito de receber salário igual aos homens poderá ser alcançado mediante a participação política. Assim, se faz necessário uma efetiva eleição no qual mulheres possam compor o poder na esfera Legislativa, para que o voto não seja visto como um fim em si mesmo, mas como um meio para a conquista desses direitos no que concerne às mulheres.

Palavras-Chave: Mulher, Poder, Patriarcado

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - FJN
  2. Orientador, Especialização (Concluído), FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - FJN