Introdução: O pé diabético é considerado uma das principais complicações do diabetes mellitus, e é caracterizado por lesões ulcerativas nos pés de pacientes diabéticos decorrente principalmente da perda de sensibilidade protetora plantar. Devido à incidência do pé diabético, esta comorbidade é tida como um problema de saúde pública que tem provocado um aumento exacerbado na quantidade de internações hospitalares na rede pública. Além de acarretar sofrimento físico, mental e social do paciente e da família, comprometendo a qualidade de vida de ambos. A importância de identificar os fatores de risco que acometem os diabéticos, e a evidente desatenção de muitos profissionais em detectar esses fatores previamente foi o que motivou este estudo. Objetivo: Identificar os principais fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético entre pacientes com diabetes. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática desempenhada entre os meses de junho e agosto de 2019. Foi realizada a busca nas bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados para a busca os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “pé diabético”, “fatores de risco”, e o operador booleano “AND”. Considerando os critérios de inclusão: artigos em português, disponíveis na integra de forma gratuita e publicados entre 2014 a agosto de 2019, e os critérios de exclusão: estudos que não condiziam com a temática abordada e se repetiam em ambas as bases. Conclusão: Foram encontrados um total de 21 artigos, e após a aplicação dos filtros e dos critérios de inclusão foram selecionados 13 estudos. Dentre os principais fatores de risco identificados, os que apresentaram maior prevalência são: uso de calçados inapropriados, pele ressecada, presença de calosidades e rachaduras nos pés, corte das unhas de forma inadequada, deformidades nos pés e descontrole glicêmico. Além disso, alguns fatores comportamentais como tabagismo, sedentarismo e carência de higiene adequada dos pés. O conhecimento prévio dos fatores de risco pode reduzir o índice de lesões nos pés, e a orientação acerca destes pode evitar o pé diabético que é uma complicação potencialmente prevenível, e que pode acarretar danos irreversíveis como em situação de amputação de membros. Portanto, o enfermeiro deve adotar o papel de rastrear e intervir previamente nos fatores de risco relacionados ao pé diabético, bem como conscientizar os indivíduos durante o acompanhamento sobre a importância do autocuidado, envolvendo toda a equipe multiprofissional de saúde a fim de prevenir complicações mais severas.