Introdução: A urbanização e o elevado contingente populacional em todo o mundo têm se mostrado como desafios ao poder público. Surge então as cidades inteligentes como proposta para assegurar o atendimento das demandas sociais, garantindo às pessoas melhores condições de vida em decorrência da melhor gestão do espaço urbano e, consequentemente, melhor prestação dos serviços públicos. No entanto, as cidades inteligentes não possuem um conceito determinado, mas, a partir de estudos realizados, há consenso sobre se apoiarem em dois pilares: a garantia do desenvolvimento sustentável e o seu surgimento se dar a partir do aprimoramento das chamadas cidades digitais. Importante, portanto, estabelecer uma diferença entre as cidades inteligentes e as cidades digitais. Estas são caracterizadas pelo uso de tecnologias de informação para ampliar o acesso a ferramentas de gestão e auxiliar o poder público. Já as cidades inteligentes, além do uso de tecnologias de informação, se desenvolvem a partir da integração do capital humano e social, bem como da otimização dos recursos para melhor suprir as necessidades no espaço urbano e assegurar a qualidade de vida. No tocante ao desenvolvimento sustentável, este se caracteriza por ser a modalidade de desenvolvimento onde há o uso dos recursos pela geração presente, sem que haja o comprometimento dos recursos para as gerações futuras, apresentando, para tanto, quatro dimensões: ambiental, econômica, política e social. Assim, o desenvolvimento sustentável depende do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Daí a necessidade de se pensar a gestão do espaço urbano através da construção das cidades inteligentes. Objetivo: Tem-se por objetivo geral compreender as cidades inteligentes e a gestão do espaço urbano como proposta para a garantia do desenvolvimento sustentável. Por objetivos específicos, o presente trabalho pretende analisar o conceito de cidades inteligentes, compreender o funcionamento da gestão do espaço urbano e examinar o modo de se assegurar o desenvolvimento sustentável. Metodologia: O presente trabalho se desenvolve a partir de uma abordagem qualitativa, buscando a compreensão do fenômeno das cidades inteligentes. O método utilizado é o indutivo, partindo da análise de estudos sobre as cidades inteligentes para se chegar a uma concepção geral acerca do seu conceito. Quanto ao objetivo a pesquisa é descritiva, pois busca expor os elementos caracterizadores das cidades inteligentes e explicativa, por procurar determinar como esse conceito se relaciona com a gestão do espaço urbano e a garantia do desenvolvimento sustentável. O procedimento utilizado foi a pesquisa bibliográfica, subsidiada por teses e artigos científicos acerca do tema. Conclusão: Há uma reflexão sobre os desafios a serem enfrentados pelo poder público no contexto da crescente urbanização. Desse modo, abordou-se a ideia de cidades inteligentes, buscando determinar seu conceito, de forma que se mostrasse como modelo de gestão do espaço urbano para garantir o desenvolvimento sustentável. Não só o poder público, mas, também, a iniciativa privada, as universidades, bem como os cidadãos devem unir esforços em prol da construção das cidades inteligentes, haja vista a necessidade do uso de capital humano e social para tanto, além do uso de tecnologias de informação e do aprimoramento das cidades digitais. Diversos problemas foram evidenciados, tais como saneamento básico, educação, saúde, segurança e mobilidade. Os mais variados setores devem, portanto, unir esforços para mudar o cenário atual e garantir o desenvolvimento sustentável. As cidades inteligentes não devem ser encaradas como um modelo utópico, mas como uma forma pragmática de aliar os recursos em prol do planejamento e da construção de sistemas urbanos sustentáveis, capazes de atender às demandas sociais da população local. Assim, o que se pretende é a construção de um modelo que possa ser implementado e constantemente aprimorado para melhorar a qualidade de vida nos espaços urbanos.