XII Encontro de Iniciação Científica & XI Encontro de Extensão

Ceará: terra da Luz, da Ciência e da Tecnologia

Juazeiro do Norte - CE


ISSN 1984-1876Setembro/2019

ARQUITETURA E MÚSICA: CONCEITOS EM COMUM E SUAS RELAÇÕES COMPOSITIVAS

Geovan Alves Santana1

Damiris de Oliveira Carlos2

Taise Costa de Farias3

Introdução: Atualmente, conceitua-se sete formas de expressão como arte, sendo esse grupo, de acordo com Ricciotto Canudo em seu Manifesto das Sete Artes e Estética da Sétima Arte, de 1912, formado por arquitetura, escultura, pintura, música, dança, poesia e cinema, que são consideradas artes primárias, das quais, a partir da combinação destas, podem surgir diversas outras. Com isso o presente trabalho se desenvolverá através de uma analise comparativa entre a arquitetura e a música. Objetivo: Objetiva-se evidenciar a relação existente, no que diz respeito as suas composições, que a principio é totalmente distinto e sem ligação alguma entre elas, entretanto, estas fazem parte de uma mesma base e de um todo, que é a arte. Metodologia: O presente resumo trata-se um estudo de base qualitativa, através de pesquisas pesquisas bibliográficas, de cunho exploratório. Conclusão: Inicialmente é importante analisar a conceituação da música e da arquitetura: para o arquiteto modernista Le Corbusier (1925), “a arquitetura é o jogo primoroso, correto e magnífico de massas reunidas na luz”, e segundo a conceituação de Clifton (1823) apud Bruscia (2016), “música é um arranjamento ordenado de sons e silêncios cujo sentido é presentativo ao invés de denotativo”. Diante dessas definições nota-se que existe uma intima relação compositiva entre as duas artes, sendo possível identificar por meio de cada definição que tanto a música quanto a arquitetura são formadas por elementos, que quando organizados de forma harmoniosa compõem um todo, transmitindo, assim, forma de expressão. Seguindo essa linha de análise percebe-se que a arquitetura é formada por volumes, cheios e vazios, com o intuito de transmitir sensações e emoções nos seus usuários, através da manipulação proposital e harmoniosa dos espaços, que são formados a partir da combinação dos elementos materializados – os cheios – ou pela falta da materialização - os vazios. Enquanto a música pode ser interpretada, a partir da conceituação de Clifton (1823) citada anteriormente, como a combinação de sons e silêncios, que quando organizados de maneira harmônica e rítmica, consegue através de sua melodia propagar emoções e sensações em seus ouvintes. Os elementos cheios na arquitetura podem ser entendidos como os volumes construídos, enquanto na musica os cheios refere-se aos sons emitidos, já os vazios na arquitetura significam a ausência da matéria e na musica o vazio é compreendido como sendo o silêncio existente entre a emissão dos sons, com isso percebe-se que a construção formal está fundamentada nos mesmos princípios compositivos. Arthur Schopenhauer [18--?], definiu a arquitetura como sendo música petrificada, diante dessa definição é importante analisar a maneira como se dá a composição formal de cada uma delas. Pitágoras (530 a.C.), em seus estudos, afirmou que a música era constituída a partir das relações geométricas e da matemática. Essas mesmas relações são vistas claramente na composição arquitetônica, onde as relações matemáticas e geométricas são bases para a concepção dos espaços e das fachadas, principalmente na arquitetura clássica e renascentista, onde a busca pela harmonia, proporção e simetria – referencias de beleza - foram fortemente difundidas, e para isso se fazia o uso dessas relações. Outros conceitos também são de uso comum das duas artes, a exemplo do ritmo, harmonia e escala que são facilmente notáveis na composição formal de ambas. Na arquitetura, através do jogo de cheios e vazios que compõem uma edificação e na música por meio das notas musicais que formam as melodias. Portanto fica claramente evidenciada a existência de uma relação intrínseca entre a arquitetura e a música, uma vez que compartilham entre si diversos aspectos formais.

Palavras-Chave: Música, Arquitetura, Composição formal

  1. Autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  2. Co-autor, Graduação (Cursando), FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP
  3. Orientador, Mestrado (Concluído), UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB