O objetivo deste trabalho é discutir acerca da problemática da criminalidade no Brasil, abordado sob a ótica da teoria Hobbesiana do estado de natureza, e o comportamento dos indivíduos frente a legitimação absoluta estatal, ou a falta dela. Realizou-se uma abordagem exploratória e explicativa de caráter qualitativo, alicerçada em pesquisa bibliográfica para buscar a incidência dos fatos e compará-los paralelamente às teorias que buscam explicar o comportamento dos indivíduos frente a legitimação absoluta estatal. Os escândalos políticos, aliados à constante negligência do poder público em fomentar os direitos fundamentais dos cidadãos causam o aumento da criminalidade no país, gerando não tão somente o sentimento de insegurança na população, mas também fazendo brotar a impressão de abandono e esquecimento por parte do Estado frente a sua população. A partir de um apanhado histórico, observou-se que este fenômeno causa uma verdadeira quebra nos princípios republicanos e democráticos adquiridos junto ao contrato social de Jean-Jacques Rousseau, despertando a cólera e gerando no povo um efeito mórbido de uma justiça mitigada, distorcida e que em muito lembra os Estados penais da história. Assim, diversas teorias explicam o comportamento dos cidadãos frente as mazelas sociais causadas pela criminalidade, abordando os principais motivos que levam a vingança pessoal, eclodindo sob a roupagem de atos violentos e desproporcionais de grupos para com a sociedade, deixando de lado a persecução e o processo penal, ferramentas tão necessárias em uma sociedade democrática de direito.