A presente pesquisa tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a
Síndrome de Tourette (ST). A ST está classificada como uma síndrome de tique de
acordo com o DSM-V e pode ser diagnosticada quando as pessoas apresentam tanto
os chamados tiques motores como os vocais - não necessariamente ao mesmo tempo
– os quais ainda se subdividem em simples ou complexos. Os fatores sociais e
psicológicos estão estreitamente relacionados quando se referem à ST, pois causam
impacto tanto à vida do paciente quanto da sua rede familiar. O desenvolvimento do
estudo em questão justifica-se, em um primeiro momento, pelo contexto de interesse
pessoal e inquietação acadêmica despertado a partir de relatos fornecidos por
portadores da ST encontrados nas redes sociais. Para se chegar aos fins desejados,
o método de pesquisa utilizado apresenta caráter de natureza exploratória. O presente
trabalho tem como objetivo principal realizar uma revisão bibliográfica sobre a ST e
identificar quais as alterações comportamentais trazidas pela síndrome, bem como
buscar entender as principais dificuldades e limitações que ela possa estabelecer em
quem a possui. Muitos estudos apresentam a Terapia Cognitivo Comportamental
(TCC), criada em meados dos anos 60 por Aeron Beck (1921 – 2001), como uma das
teorias da Psicologia mais usadas para o tratamento das síndromes de tiques. Dentre
todas as técnicas e estratégias existentes na TCC, atualmente existem duas que são
mais destacadas no que se refere ao tratamento de tiques (incluindo a ST), a saber:
a exposição com prevenção de resposta (EPR) e o treinamento de reversão de hábitos
(TRH). O que é possível se perceber, a partir de todos os relatos encontrados, é que
como muitas vezes o diagnóstico acontece de forma tardia – pelo desconhecimento
da ST – os pacientes passam bastante tempo convivendo com a ST e atribuindo
outros motivos outros para os desconfortos, sofrimentos e angústias causadas pela
síndrome.