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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINA D NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Francisca Letícia de Oliveira Lima

Stefany Rodrigues de Sousa Melo

Nutrição

2022

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINA D NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

A Esclerose Múltipla é caracterizada como uma doença autoimune, crônica e neurodegenerativa do sistema nervoso central, consiste na desmielinização dos axônios, causada pelas próprias células de defesa do organismo (BARTOSIK-PSUJEK; PSUJEK, 2019; WASNIK et al., 2020), afetando adultos jovens e de meia-idade, especialmente mulheres (ZAHOOR; HAQ, 2017). A estimativa do número de pessoas com Esclerose Múltipla em todo o mundo aumentou para 2,8 milhões em 2020, um aumento de 30% nos últimos 7 anos. A prevalência global em 2020 é de 35,9 por 100.000 pessoas, sendo que apenas 14% dos países retratam prevalência estável ou em decaimento. Ressalta-se que o número de mulheres que desenvolvem a EM em relação aos homens é na proporção de 4:1 (WALTON et al., 2020). Os sinais, sintomas e a progressão da EM podem se apresentar de maneiras diferentes de indivíduo para indivíduo, e sofrem grande influência a depender do local da lesão do sistema nervoso central. Na ausência de causas concretas para o surgimento dessa doença, alguns pesquisadores propõem fatores de risco, tais como: tabagismo, histórico familiar, clima, ambiente, exposição a agentes infecciosos, pouca exposição à luz solar e alimentação (GHAREGHANI et al., 2018). Nesse sentido, existem várias teorias de que a alimentação pode causar benefícios sobre a inflamação e neuroproteção que leva ao desenvolvimento da EM. Além disso, alimentação afeta diretamente no peso corporal, níveis de colesterol e outros fatores que afetam o risco de desenvolvimento e o curso da doença, a exemplo do baixo consumo de vitamina D (SAND, 2018). A vitamina D é um hormônio esteroide que desempenha diversas funções no organismo, a exemplo da absorção e manutenção das concentrações de cálcio e fósforo, ativação de linfócitos TCD4, inibe a produção de citocinas pró-inflamatórias por promover a diferenciação de monócitos, neuroproteção por meio da síntese de neurotransmissores e diferenciação celular (SHANG; SUN, 2017). Nessa perspectiva, a literatura tem evidenciado que a vitamina D foi apontada como um fator importante contra o desenvolvimento da Esclerose Múltipla, a partir do momento em que foi observado que a doença era mais prevalente em países de alta latitude, onde as pessoas teriam menor exposição ao sol. Esse risco pode diminuir com a ingestão de alimentos fonte de vitamina D e aumentar em pessoas que mesmo residindo em países de latitude baixa, não tenham exposição ao sol (RAMETTA; REDER; SINTZEL, 2018). 10 Diante do que foi exposto, é importante mencionar o papel da nutrição no tratamento da Esclerose Múltipla e discorrer sobre os efeitos que a vitamina D, pois se trata de uma doença incapacitante e que não tem cura. Assim, torna-se necessário ter alternativas para diminuir as lesões causadas pela patologia, bem como, saber quais as consequências que a suplementação excessiva desse nutriente pode acarretar na saúde do paciente.