Buscar por alimentação saudável no ambiente de trabalho vem se tornando
cada dia mais difícil uma vez que, ao passar mais tempo no local de trabalho, os
funcionários apresentam um maior gasto energético durante o dia que se reflete
em um consumo mais elevado de calorias durante a jornada de trabalho. Existem
alguns fatores que podem contribuir para a má alimentação como, o local onde se
realiza as refeições, os fatores sociais dos funcionários, o cargo ocupado pelo
mesmo, assim como também o ambiente externo nas proximidades que oferecem
uma infinidade de alimentos industrializados, estes que após o consumo continuo,
podem ser prejudiciais à saúde (CLOHESSY et al., 2019).
No Brasil o padrão alimentar da população vem sofrendo modificações com
o passar dos anos, a alimentação da população vem sendo substituída por
alimentação feita fora de casa em detrimento de refeições caseiras. Comumente
as refeições preparadas fora de casa utilizam alimentos industrializados e ultra
processados, fato preocupante pois, o aumento do consumo destes alimentos pode
resultar em consequências futuras em todas as idades, repercussões prejudiciais
à saúde como aumento da obesidade e as doenças cardiovasculares (MOREIRA
et al., 2014).
A obesidade e as doenças cardiovasculares se tratam de doenças não
transmissíveis onde ambas surgem devido ao acumulo de gordura corporal
resultando na obstrução de vasos sanguíneos e representam um alto índice de
mortalidade na população e que mais afetam todo mundo, principalmente
profissionais que exercem sua respectiva função no horário noturno. Existem
alguns fatores que contribuem para o aumento de sobrepeso no ambiente de
trabalho, onde os riscos podem ser identificados através do IMC (índice de massa
corpórea), de algumas queixas fisiológicas e estilo de vida (TECCO, 2020).
Os profissionais da saúde que trabalham em plantões noturnos têm maiores
complicações em relação ao sono do que os profissionais do turno diurno, esses
tem facilidade em apresentar algumas características tais como a fadiga e
distúrbios do sono, pelo curto intervalo de repouso durante a jornada de trabalho
noturna, onde o profissional não consegue de certa forma descansar como deveria,
resultando numa má recuperação pós-plantão que pode afetar suas atividades de
lazer fora do ambiente de trabalho (COSTA, 2010). As repercussões mencionadas ocorrem pela alteração do ritmo circadiano,
que se trata do ritmo biológico controlado pelo núcleo supraquiasmático presente
no hipotálamo e regula, de uma forma rítmica ao longo de vinte e quatro horas,
todos os processos homeostáticos dos seres vivos (MARCOS, 2012). Neste ciclo,
o organismo tenta se adaptar do meio interno para o ambiente externo, o mesmo
possui sensibilidade há fatores ambientais e quando se é afetado pode ocasionar
algumas alterações hormonais no organismo do indivíduo, e requer tempo para
que essas alterações sejam reguladas (SUWAZONO, 2021).
Pesquisas constataram que equipes do plantão noturno apresentaram
maiores alterações metabólicas do que as equipes do plantão diurno levando em
consideração IMC elevado, medidas antropométricas e resultados que indicavam
risco de obesidade como surgimento de algumas doenças crônicas futuras
(HUANG et al., 2021).
Diante do exposto, compreendendo a dinâmica envolvida nas mudanças de
padrão e as demandas dos plantonistas da saúde, especialmente em escala
noturna, cabe a indagação: Os profissionais plantonistas da saúde possuem bons
hábitos alimentares?
Tendo em vista que os profissionais da saúde sabem a importância de
manter uma alimentação saudável, existe fatores que interferem na hora da
escolha desses alimentos como uma extensa jornada de trabalho, por exemplo,
tendem a priorizar a praticidade e não a qualidade da alimentação que por muitas
vezes também é identificada como baixo custo para o profissional.