A presente escrita discorre sobre a doença mental, mais especificamente a psicose, seu lugar na
cena social, seus estereótipos, segregação e a assistência dada a ela. Teve como plano de fundo
o filme Coringa (2019) que encena um sujeito segregado em seu sofrimento psíquico, no auge
do seu surto, sua urgência subjetiva em passagem a ato. Utilizou-se como método de pesquisa
o método teórico-clínico com base na Psicanálise Freud-lacaniano e contemporâneos, onde foi
feita uma costura a partir de marcos da história da loucura e conceitos psicanalíticos sobre o
filme o Coringa (2019), sendo possível atingir os objetivos do referido trabalho. A doença
mental sempre foi colocada em posição de segregação e preconceito o que orientava a forma
de tratamento posto a ela, oriundos da época em que a mesma é posta em questão, onde a
intenção era tirar esses sujeitos da cena social, silenciá-los, isolá-los em um ambiente precário,
expostos a maus tratos e desrespeitos aos seus direitos, atos denunciados pelos os profissionais
de saúde, familiares e vários outros atores sociais que constituíram o processo de reforma
psiquiátrica, que após um longo período de lutas, foi possível melhorias e fechamento de
manicômios, melhorias essas que ainda passam por processos de efetivação, por motivos da
ordem social, cultural e econômicas. A psicose apresentada através no filme surge de uma
urgência subjetiva a uma passagem ao ato, o Coringa. Com um histórico de maus tratos desde
a infância e são intensificados ao longo de sua vida comprometendo sua saúde mental. O
Coringa surge (en) cena gerando desordem social, denunciando a sua desassistência e
negligências a doença mental dando voz aquilo que o social rejeita e trata como lixo. E como
forma de silenciar a loucura, ele é levado para um hospital psiquiátrico longe dos centros
urbanos, retirado de cena, é assim que o social trata a doença mental, mas ele escapa. Assim
como ocorre com a urgência subjetiva quando silenciada e não tratada sempre irá emergir.