O presente trabalho se propõe a estudar as Habilidades Sociais dos discentes universitários,
através da análise de publicações brasileiras na área. O contexto acadêmico é permeado por
diversas relações interpessoais, desde o estar em um ambiente com outras pessoas até situações
como trabalhos em dupla ou grupos. Dessa forma, é necessário refletir sobre como se dão essas
relações, expostas neste trabalho por meio do estudo das Habilidades Sociais dos discentes.
Objetivou-se analisar artigos escritos no Brasil nos últimos 10 anos acerca das Habilidades
Sociais de universitários. A pesquisa realizada utilizou-se de uma abordagem qualitativa,
caracterizando-se como uma revisão integrativa. Foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS), utilizando-se os descritores “Habilidades Sociais”, “universitários”,
“psicologia”. Para fins de análise, foram estabelecidas três categorias onde os artigos foram
agrupados: a) Habilidades Sociais e saúde; b) Habilidades Sociais e vivências acadêmicas; e c)
intervenções e desenvolvimento de Habilidades Sociais. No tocante aos principais métodos
utilizados na investigação das Habilidades Sociais de universitários, foi percebido que o método
mais presente foi o correlacional, aplicado em 9 dos 15 artigos incluídos nesta revisão. Quanto
à investigação acerca da existência de um maior repertório de Habilidades Sociais em discentes
que participam de grupos de estudos, pesquisa e extensão, nenhum dos artigos relacionava a
participação nessas atividades com o aumento do repertório de Habilidades Sociais de forma
direta. De forma genérica, os artigos da categoria a) Habilidades Sociais e saúde, indicam que
um repertório social mais desenvolvido pode ser considerado como um fator importante para a
saúde dos universitários, impactando em menos ansiedade frente a diversas tarefas, como por
exemplo tarefas relacionadas a falar em público, melhor administração do tempo, que resulta
em menor estresse e menor sofrimento psicológico. Na categoria b) Habilidades Sociais e
vivências acadêmicas, os artigos relacionaram as Habilidades Sociais com experiências
universitárias, destacando de forma geral, que universitários com repertórios sociais mais bem
desenvolvidos parecem experimentar de forma menos negativa as vivências acadêmicas, se
permitindo passar por diferentes situações nesse contexto. Na categoria c) intervenções e
desenvolvimento de Habilidades Sociais, os artigos abordaram intervenções promovidas com
discentes visando o desenvolvimento de Habilidades Sociais, se mostrando eficazes quanto a
esse objetivo, promovendo uma melhora no repertório dos participantes e demonstrando quão
importante são essas intervenções. A partir desses resultados, faz-se importante discutir como
é pertinente a promoção das Habilidades Sociais de universitários, visto que além de promover
benefícios para a saúde e bem-estar dos acadêmicos, também serão essenciais na futura atuação
profissional. A maioria dos trabalhos indicaram que um bom repertório de Habilidades Sociais
pode ser considerado como fator importante para a saúde mental, interligando também essas
habilidades com vivências acadêmicas, indicando que o desenvolvimento de Habilidades
Sociais pode ser considerado relevante para uma boa qualidade de vida dos universitários. Cabe
pontuar também a possibilidade de continuidade de pesquisa com essa temática de tamanha
relevância, buscando ampliar sua visibilidade, já que se utilizou aqui, de uma única plataforma
(BVS) para coleta desses dados.