Objetivou-se analisar a Assistência de Enfermagem às mulheres lésbicas na Atenção Primária
em Saúde (APS). Estudo qualitativo com características descritivas exploratórias, realizado
entre maio e junho de 2023, em Juazeiro do Norte, Ceará. Participaram 25 profissionais
Enfermeiros das Estratégias de Saúde da Família. Utilizou-se entrevista semiestruturada para
coleta de dados. Analisou-se as fragilidades e potencialidades na assistência de enfermagem as
mulheres homossexuais na Atenção Primária em Saúde. Identificaram-se práticas
heteronormativas dificultando o acesso de mulheres lésbicas à atenção básica, e a não
aplicabilidade da PNSI-LGBT, como também, falhas no processo comunicativo entre
profissionais e pacientes. Evidenciou-se que os estigmas impactam negativamente,
contrariando os princípios do Sistema Único de Saúde. As práticas de heteronormatividade, as
falhas no processo educativo, e estigmatização mostraram-se como fragilidades na prática do
cuidado equitativo e integralizado na Estratégia Saúde da Família. Considera-se que a
incipiência de práticas no processo de trabalho do enfermeiro voltadas para o acolhimento e
atenção equitativa às mulheres lésbicas é o fator primordial para a dificuldade na melhoria das
práticas assistenciais e captação dessas mulheres. A estigmatização atrelada à invisibilidade,
dificulta o acesso de mulheres lésbicas na APS.